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terça-feira, 21 de março de 2017

NAMORO E O JUGO



Não é de hoje que tenho ouvido sobre o assunto: namoro cristão. Muitos adolescentes e jovens chegam para pedir conselhos, porém com uma definição já em mente do que querem. Quero trazer algumas considerações ao seu coração, sem afirmar/determinar o que é certo ou errado (Não sou o dono da verdade).

Em minha opinião o que é o namoro? É a ligação amorosa ou afetiva entre duas pessoas que desejam se conhecer intimamente. Tem como fim o casamento, formação de família. E o que não é? Na minha concepção, namoro nunca foi passatempo, nem divertir com a/o filha/o dos outros. Não é não ter planos futuros, e muito menos deixar de pensar no amanhã. É ter planejamentos e sonhos parecidos, é não estar em jugo desigual.

Partindo desse ponto, vamos direto ao assunto: O que é jugo desigual? Um jugo é uma barra de madeira que une dois bois um ao outro e à carga que puxam. Uma junta em "jugo desigual" tem um boi mais forte e um mais fraco, ou um mais alto e um mais baixo. O boi mais fraco ou mais baixo anda mais lentamente do que o mais alto ou mais forte, fazendo com que a carga se mova em círculos. Quando os bois estão em jugo desigual, eles não podem executar a tarefa que está diante deles. Em vez de trabalhar juntos, estão em desacordo um com o outro. Em 2 Coríntios 6:14, diz: "Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?"

Nos aconselhamentos que dou, sempre faço questão de não indicar o que eu penso. Gosto de fazer a pessoa refletir, julgar por si mesma se as suas vontades estão unificadas com as que a Bíblia nos ensina. Sempre ouço a seguinte frase: “Não namoro com pessoa de igreja porque eles/elas são piores que os do mundo”, “Estou namorando, mas ao mesmo tempo ensinando Deus a ele/a”, ou “Já vi namoros de cristãos darem errado e não quero passar pelo mesmo”. Escuto isso e mais uma gama de opções que defendem o jugo desigual. Mas a realidade é que as concepções de um adolescente/jovem apaixonado que já vem precedida da paixão, é basicamente irreversível, justamente pelo fato de a pessoa levar a emoção mais a sério que a razão, e por ela já estar gostando de fato da pessoa. Razão e emoção devem andar juntas.

Quando digo que razão e emoção devem andar juntas, quero dizer o seguinte (E digo mesmo aos jovens): “A razão te faz planejar o futuro com aquela pessoa. A emoção garante seu afeto e carinho.” Suponhamos que a pessoa só olhe a paixão, o afeto, o desejo e o carinho, e esqueça a razão: Corre sério risco de dar errado amanhã – não importa se daqui um dia ou 10 anos. Todo planejamento na vida requer um olhar para o futuro. Ninguém deve se lançar ao léu e esperar que as coisas deem certo. Ninguém joga cartas de baralho para o alto e espera que elas caiam em formato de castelo. Isso é loucura! É falta de juízo!

A razão nos mostra coisas do tipo: “Será que quando casarmos ele vai à igreja comigo? Será que um dia ele vai viver a mesma fé que vivo? Será que um dia ele vai se entregar a Deus? Será que Deus é o centro da vida dele? Será que conseguirei criar meu filho nas leis do Senhor, ou nas leis do/da meu namorado/a? Como chegaremos ao consenso sobre nossa fé?” Pensamentos como estes fazem com que nossos pés fiquem no chão, não dando lugar ao balão de gás hélio que é a emoção da paixonite. Quem é de Deus vive para Deus, quem não é, vive para si mesmo. Aí é onde o caldo entorna! O namoro disfarça bem isso, mas o casamento não.

A razão nos faz pensar sobre o futuro que queremos: Se de correr o risco, ou, se de buscar algo mais seguro. Não acho legal corrermos o risco quando Deus já nos direcionou e apontou ao caminho certo. Quando nossa emoção e razão estão alinhadas aos desejos de Deus, nossa escolha de namoro será a correta, sem riscos para o futuro.

Existe então o jugo desigual dentro das igrejas? Claro que sim. Onde houver divergência de pensamentos, haverá jugo desigual. O que importa é que a razão e a emoção os levem (casal) para mais perto de Deus. Importa que seu namoro seja um preparo consciente para o que há de vir. Importa que seu relacionamento leve você e seu/sua namorado/a para mais perto de Deus.

Se seu namoro hoje é em jugo desigual de fé, e está dando certo, não quer dizer que no casamento vai continuar assim. O namoro é a parte boa da união com menos lutas. E namorar quem compartilha da mesma fé é sinônimo de que vai dar certo? Também não. Onde há a benção de Deus é onde o relacionamento renderá um futuro. Se Deus não aprova, não há jugo igual ou desigual que fará dar certo. O jugo desigual só vai determinar qual “boi vai puxar para frente, e qual não vai conseguir acompanhar”.

Aí fica a questão: Vale à pena arriscar? Vale à pena colocar o casamento em risco?

Para mais detalhes, estude a história de Sansão e Dalila, Jacó e Raquel, Oseias e Gômer, Amnom e Tamar, Sara e Abraão, Maria e José.

Deus te abençoe, e pense com carinho!

“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa (TIPO NAMORAR), fazei tudo para glória de Deus.” 1 Coríntios 10:31


Gabriel de Araújo Almeida.

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